Porquê? Se não te maldigo!
Não deixaste a embalar comigo,
Nenhum sonho de teu coração?
Aos pés de tua alma inocente,
Ajoelhei-me e pedi clemente,
Dê-me ao menos a Ilusão!
Feliz ei de viver iludido!
Em teu coração morrerei perdido!
E do falso Amor a Alegria suspirar,
Teu corpo serias meu Calvário,
Euforico beijarias Solitário!
E em teu seio enfim Desmaiar....
Porquê não vens comigo?
Da Aurora à escuridão, sonho contigo...
Vinhas inocente segurar minha mão!
Teus olhos a fitar-me trêmulo eu via!
Dos teus lábios serenos uma voz que estremecia,
Minha alma tão densa e matar-me o coração!
Porquê não vens comigo?
Mesmo na morte daria te um abrigo,
Poderia inundar minha pobre Alma!
De tanto Sofrimento e Amor!
Sentiria tremendo com fervor,
O caminhar solitário entre a calma...
Porquê? Se não te maldigo!
Não deixaste a embalar comigo!
Nenhum sonho te teu coração...
Aos pés de tua alma inocente...
Ajoelhei-me e pedi clemente,
Dê-me ao menos a Ilusão!
É porque sou Poeta Morto?
Na Melancolia vivo Absorto,
Fadado nas Trevas a vagar?
Eu sei! Não mereço Flor Morta,
Nem sentir o que me corta...
A Matar-me devagar! - M. Augusto